sábado, 20 de novembro de 2010

Harmonia


       Música que é música tem que ter um toque atraente, ter algo no seu chame a atenção. Música é uma sequência harmoniosa de sons onde não há destaque entre os instrumentos. Não que eu despreze um bom solo, mas que todos eles tenham participação importante na composição da melodia. Música perfeita é aquela que transmite pelos sons exatamente o que a letra propõe: nostalgia, alegria, tristeza, não importa, simplesmente apoia a mensagem que a letra quer passar.

Não tire a alma do corpo - nem a sua, nem a do seu próximo

     Dia desses 'tava voltando de trem pra casa, fiquei n'um cantinho discreto do veículo até que entra um casal: suas mãos se enlaçavam n'um abraço vigoroso, suas ventosas se encontraram e saiu aquele beijo desentupidor que só faltava arrancar a alma um do outro, liberando ruídos desagradáveis de se ouvir. Desejei que o 'cantinho' fosse um pouco maior, pois quase fui esmagado contra a parede pelo casal na sua discreta troca de carinho.
        Que chato deve ser tu estar em um lugar e alguém fazer algo que destrua a vibe harmoniosa do local, não? Pois é, discrição e bom-senso é o que falta a muitos. Isso não é exatamentte tratável: ou você é discreto... ou você é discreto! A única coisa que posso afirmar é: "Não transforme suas ações n'uma atividade coletiva: você será mal visto!". Alguém pode afirmar: "Eu faço o que eu quiser", "não devo nada à ninguém", entre outras variantes [Odeio esses revoltados, mas  devo pensar neles quando escrevo] Não disse que não deve fazer certas ações: na verdade até encorajo - sinal de que tu tem personalidade (ou, chulamente, tem culhão!) p'ra esbanjar. Mas, cada ação tem seu momento.
       Aposto que você não almoça sentado no vaso sanitário ou começa a contar piadas n'um velório - Porque não é exatamente o correto a se fazer nessas ocasiões. Isso é o bom-senso e, infelizmente, algumas pessoas são desprovidas disso.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Apoio ao mendigo chinês



    Em uma aula de geografia falávamos acerca de demografia, países populosos, povoados, etc... Em certo ponto, chegamos na China, país com mais de 1 bilhão de habitantes e que possui um grande crescimento no PIB, mas muita desigualdade social. Nesse momento, tentei imaginar um mendigo chinês: não consegui.
      Como é possível não poder imaginar algo que acontece a nossa volta (Ok, a China não é exatamente aqui) e, ainda por cima, todos os dias? Simples: nunca pensamos nos outros, nossos pensamentos estão voltados sempre à nós mesmos ou ao que nos mostram - às vezes nem assim vemos a realidade, pois só damos atenção àquilo que nos interessa. O mundo exije que nós lutemos por nosso espaço, alguns portando alguma vantagem; outros, apenas a vontade de vencer. Porém, batalhamos com tal afinco que não temos tempo de olhar p'ro lado, àqueles que precisam de ajuda. Por que não ajudamos?!


      Agora talvez seja o que acontece com a maioria quando veem alguém pedindo esmolas "Como é que vou ajudar essa pessoa?". Sempre fica essa dúvida. Dói no coração não poder realmente fazer algo para auxiliar essas pessoas: nossa ajuda não vai ser a salvação dos problemas desse indivíduo, mas elas dependem de nossas contribuições para seguirem vivendo. Certa vez me contaram: "Eu dei 1 real p'ra um mendigo comprar algo pr'a comer e, no fim, ele comprou uma pinga!". Tá, não foi muito sensato da parte do sem-teto ter feito essa ação, mas se tu quer que a pessoa coma, dá comida, não dinheiro! Alguns querem sentir-se bem com esses gestos, mas, ao mesmo tempo, querem ver seu dinheiro sendo utilizado de acordo com suas vontades.

      O sistema capitalista é o responsável por esses episódios: ele é um sist
ema excludente que desenvolve-se através do sacrifício de alguns para que outros vivam bem. Nele há a eterna batalha por alguns pedaços de papel que determinam o nosso poder de aquisição - o dinheiro. Por ele, destruímos o espaço em que vivemos e aqueles que vivem ao redor.

      Os índios possuíam um sistema em que eram delegadas as atividades entre os habitantes de uma tribo dependendo do seu gênero: os homens eram responsáveis pela caça e pesca, enquanto as mulheres tinham como obrigações cuidar das crianças e fazer a coleta de alimentos. Essas funções eram desempenhadas quando preciso, não havendo estoques desnecessários de comida - diferente dos povos ditos 'civilizados', dos quais abusam dos recursos fornecidos pela natureza. O que conseguiam recolher do ambiente era distribuído para os habitantes da tribo: para todos. Os 'selvagens' são aqueles que possuem os corações mais puros, são aqueles que sabem realmente viver em grupos.

      Tornar a se importar com o seu próximo é a melhor solução p'ra esse impasse. Daí, talvez, eu não precise imaginar como é um mendigo chinês.

sábado, 6 de novembro de 2010

As faces



       Em algum momento da vida, pensamos em alguém e logo associamos: "Poxa, como esse cara é chato!" ou "Essa daí deve ter uma vida perfeita! Que VACA!". Porém, por algum motivo, nunca imaginamos a razão que as torna assim. Por que fulano fala tanto?! Talvez essa pessoa esteja tentando conquistar a afeição de alguém, ou sente-se insegura quando em silêncio, ou ela simplesmente goste de enumerar fatos que acontecem na sua vivência. Como vamos saber?

      O fato é que sempre "pensamos" primeiro no produto que temos a nossa frente, formulamos uma imagem (Que muitas vezes não é bem como imaginávamos) que se encrusta na nossa mente e acaba por nos cegar: o preconceito é inerente aos seres vivos, uma vez que é exposto a julgamentos todos os dias - julgando e sendo julgado. A solução é simples: Não podemos nos guiar pelas aparências - as pessoas são mais complexas, são moldadas pelas circunstâncias que são impostas na sua vida, das decisões que ela toma. O que ela mostra é aquilo que ela quer que vejamos (necessidade de muitos de apresentar-se a todos que nos rodeia, conhecidos ou não), o que não é de todo sincero - ela mascara seus defeitos e acentua suas qualidades (lembre-se: ela quer que vejamos algo). A melhor forma é não ser completamente fechado p'ra* tudo - dar chance para que conheçamos melhor o outro. Não estou dizendo que é errado julgar as coisas e pessoas - esse é o nosso filtro para que separemos aquilo que nos atrai daquilo que não é de nosso agrado - mas rotular tudo o que se vê e separá-las em categorias, colocando tudo no mesmo saco, não é certo. "Cada caso é um caso".
      Espero que quem ler esse texto, reflita sobre o 'tiozinho' que frequenta o bar da esquina e que vive amargurado por ter uma filha drogada e mãe solteira aos 14 anos, que trabalha como pedreiro, tendo horríveis dores no braço, e que tenta esquecer seus problemas tomando alguns goles de uma solução alcóolica e que grita injúrias à toda alma que passa por sua frente (Claro que talvez vocês não tenham tais informações de antemão). Provavelmente você vai pensar que ele é louco quando deparar-se com tal figura, mas que ele deve ter seus motivos (apesar da agressão sem razão). Todos tem motivos p'ra* serem quem são ou fazerem o que fazem: é só uma questão de tentar compreender, tentar ver o todo da situação.