sábado, 6 de novembro de 2010

As faces



       Em algum momento da vida, pensamos em alguém e logo associamos: "Poxa, como esse cara é chato!" ou "Essa daí deve ter uma vida perfeita! Que VACA!". Porém, por algum motivo, nunca imaginamos a razão que as torna assim. Por que fulano fala tanto?! Talvez essa pessoa esteja tentando conquistar a afeição de alguém, ou sente-se insegura quando em silêncio, ou ela simplesmente goste de enumerar fatos que acontecem na sua vivência. Como vamos saber?

      O fato é que sempre "pensamos" primeiro no produto que temos a nossa frente, formulamos uma imagem (Que muitas vezes não é bem como imaginávamos) que se encrusta na nossa mente e acaba por nos cegar: o preconceito é inerente aos seres vivos, uma vez que é exposto a julgamentos todos os dias - julgando e sendo julgado. A solução é simples: Não podemos nos guiar pelas aparências - as pessoas são mais complexas, são moldadas pelas circunstâncias que são impostas na sua vida, das decisões que ela toma. O que ela mostra é aquilo que ela quer que vejamos (necessidade de muitos de apresentar-se a todos que nos rodeia, conhecidos ou não), o que não é de todo sincero - ela mascara seus defeitos e acentua suas qualidades (lembre-se: ela quer que vejamos algo). A melhor forma é não ser completamente fechado p'ra* tudo - dar chance para que conheçamos melhor o outro. Não estou dizendo que é errado julgar as coisas e pessoas - esse é o nosso filtro para que separemos aquilo que nos atrai daquilo que não é de nosso agrado - mas rotular tudo o que se vê e separá-las em categorias, colocando tudo no mesmo saco, não é certo. "Cada caso é um caso".
      Espero que quem ler esse texto, reflita sobre o 'tiozinho' que frequenta o bar da esquina e que vive amargurado por ter uma filha drogada e mãe solteira aos 14 anos, que trabalha como pedreiro, tendo horríveis dores no braço, e que tenta esquecer seus problemas tomando alguns goles de uma solução alcóolica e que grita injúrias à toda alma que passa por sua frente (Claro que talvez vocês não tenham tais informações de antemão). Provavelmente você vai pensar que ele é louco quando deparar-se com tal figura, mas que ele deve ter seus motivos (apesar da agressão sem razão). Todos tem motivos p'ra* serem quem são ou fazerem o que fazem: é só uma questão de tentar compreender, tentar ver o todo da situação.

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