Quando nossa amiga vida se vai
Ela não o deixa nessa terra sozinho:
Um hino de morte entoa
A triste e grave canção dos sinos.
Nossa alma vazia se cai;
A dor profunda dos entes queridos
Motiva a terrível devoradora calada
A vir buscar esses pobres que estão perdidos.
O sofrimento físico se esvai.
A profunda saudade nos quebra,
Previne que nós sigamos pela jornada:
A alma em cacos se espera.
A Morte pacientemente chama
E o hino de morte novamente entoa.
"Meu filho, em face da dor você se desespera;
comigo ao teu lado, um ato se perdoa".
Fez aquilo por apreço por aquela que ele ama,
Esqueceu do senso que tanto sublimava:
"Não farei mal aos outros" ele clama.
Rendeu-se ao desejos daquela para quem suspirava.
Sua voz carregada de sofrimento se inflama
"Traí a mim mesmo e a todos que prezava".
De súbito sentiu o quanto dela estranha:
Doou-se de todo à ela e ela dele utilizara!
A Morte fez um sinal
"Relaxa amigo, não guardes rancores não" -
Mal sabia ele que aquela que ele via o mal
Mal sabia ele que aquela que ele via o mal
Pousava fria no próprio caixão.
Quando nossa amiga vida se vai
Ela não o deixa nessa terra sozinho:
Um hino de morte entoa
E a Morte o atenderá com todo o carinho.
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